RSC-287 vai parar se a duplicação não sair até 2024 | Entenda
- Portal Gaz
- 16 de mar. de 2018
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Técnicos alertam que, se nada for feito, rodovia entra em colapso a partir de 2024
Iniciado ainda na gestão de Tarso Genro (PT) e apresentado nessa quinta-feira pelo governador José Ivo Sartori (MDB), o Plano Estadual de Logística e Transporte (Pelt) conclui aquilo que o motorista da região já sente na prática há mais tempo: o trecho da RSC-287 entre Santa Cruz do Sul e Tabaí está perto do limite e precisa ser duplicado. Os técnicos inclusive calcularam o que seria uma espécie de prazo de validade da rodovia nas atuais condições. Se a partir de 2024 nada for feito, a RSC-287 vai parar. O detalhe é que a duplicação dos 77,4 quilômetros custaria, a valores de hoje, nada menos que R$ 591,5 milhões, algo impensável diante da atual crise do Estado.
Oficialmente o governo não comenta, mas a tendência é que o plano lançado nessa quinta – são 15 arquivos, cada um com centenas de páginas – sirva de base e de argumento para o Plano Estadual de Concessões de Rodovias. Anteontem o governador garantiu, durante evento da Federasul, que os primeiros trechos serão concedidos à iniciativa privada ainda este ano. Desde 2016, o Vale do Rio Pardo reivindica que o controle da RSC-287 passe da EGR para uma concessionária privada, que teria fôlego e obrigação contratual de fazer a duplicação.
O estudo detalhado nessa quinta pelo secretário estadual de Transportes, Pedro Westphalen, traz uma ampla e atual radiografia da mobilidade gaúcha, incluindo os modais rodoviário, ferroviário e hidroviário. É um guia para os futuros investimentos no setor. “Estamos falando de dezenas de bilhões de dólares em um plano de investimentos de 25 anos”, resumiu o professor da Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Luiz Antônio Senna, que coordenou o estudo.
Senna é PhD em transportes e afirma que o Rio Grande do Sul precisará encontrar parceiros que ajudem a arcar com a pesada conta da logística que foi negligenciada ao longo dos anos. “Em nosso Estado, as ferrovias não cresceram e não houve investimento em hidrovias. Por isso, mais de 88% do tráfego foi concentrado nas estradas. E elas precisarão de melhorias”, adverte, acrescentando que o Pelt atesta a importância das obras previstas, como a duplicação da 287. “São intervenções que precisam ser realizadas para evitar problemas maiores de mobilidade no futuro.”
OBRA BILIONÁRIA
O Plano Estadual de Logística e Transporte (Pelt) coloca a região na chamada “rota 1”, que compreende a Região Metropolitana, o Litoral Norte e a linha que vai do Vale do Sinos até a Fronteira Oeste. Nesse grupo, uma das obras mais importantes apontadas pelos técnicos é a duplicação da RSC-287.
A duplicação está separada em duas etapas, de acordo com as medições atuais de tráfego e projeções feitas a partir disso. Primeiro viria a duplicação dos 77,4 quilômetros entre Santa Cruz e Tabaí, orçada em R$ 591,5 milhões. Isso precisa acontecer até 2024 para a estrada não parar. Depois, até 2039, viria a duplicação dos 132,1 quilômetros entre Santa Cruz e Santa Maria, orçada em R$ 1 bilhão.
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