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Com safra recorde, Brasil se aproxima da liderança na soja

  • Estadão
  • 13 de mai. de 2018
  • 3 min de leitura

A colheita da safra de soja 2017/18 chega ao fim nos campos brasileiros com recorde de produção. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o volume colhido deve atingir 116,9 milhões de toneladas, após registrar 114,1 milhões na safra anterior. Algumas consultorias, como a Céleres, estimam uma produção ainda maior, de 117,8 milhões. A expectativa é de que, já na próxima safra, pela primeira vez, o Brasil possa ultrapassar os Estados Unidos como maior produtor mundial do grão.

Conforme o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), a produção americana nesta safra, de 119,5 milhões de toneladas, ainda foi maior que a do Brasil, mas a previsão para 2018/19 é de que ela deve recuar para 116,4 milhões de toneladas. "Para o Brasil, ainda não temos estimativa, porque esta safra só se inicia em setembro. De toda forma, a produção nos últimos anos foram muito próximas. Com qualquer deslize climático ou produtivo dos EUA, o Brasil poderá ser o líder", avalia Enilson Nogueira, analista de mercado da Céleres.

Segundo ele, o maior volume de soja da nossa história resulta de uma combinação de clima e tecnologia. "As chuvas desde o plantio até fevereiro vieram com bastante força, ajudando as lavouras a atingirem o potencial tecnológico esperado. Como estão cada vez com mais tecnologia aplicada, o crescimento na produção não surpreende."

Para o presidente da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Antônio Galvan, o País tem potencial para ser o maior produtor mundial de soja já nas próximas safras, mas enfrenta gargalos. "Temos mais áreas para expansão do que eles, podendo plantar a soja em pastagens degradadas, porém precisamos corrigir nossos problemas de logística. Estamos na parte mais distante da área de produção e sofremos o impacto do alto custo do combustível no frete", avalia.

O Estado é o maior produtor de soja do País, mas tem um custo alto para escoar a produção. "Há trechos de rodovias que não foram concluídos e outros que estão com o asfalto deteriorado. Levar a soja até a hidrovia, no norte, está tão caro quanto descer com ela para os portos do sul. O frete está saindo entre R$ 250 e R$ 270 a tonelada", diz Galvan. Apesar disso, segundo ele, a situação é favorável para o produtor. "Com a soja a R$ 65 (a saca de 60 kg), como está hoje, o produtor começa a ter renda Melhor que no ano passado, quando vendemos a R$ 53". Ele acredita que, em parte, o bom preço se deve à quebra de produção na Argentina. "Eles tiveram problemas climáticos severos e colheram muito pouco."

Conforme Nogueira, a valorização do dólar ante o real teve influência na formação do preço da soja brasileira - na última sexta-feira, a moeda americana fechou a R$ 3,60. Esse não foi, porém, o único fator, segundo ele. Além da quebra da produção argentina, a possível taxação chinesa à soja americana, como retaliação às barreiras propostas pelos americanos aos produtos chineses, favoreceu o grão do Brasil. "De um mês para cá, aproveitando a janela de preços remuneradores, o produtor vendeu mais de 10% do volume da safra. Em Paranaguá, no dia 7, a saca foi negociada a R$ 87, 4% acima do mês passado e quase 25% sobre o mesmo dia de 2017 ", disse.

Mesmo diante de uma produção maior, o cenário de demanda interna e externa, com redução na oferta global, é favorável à manutenção dos preços, segundo ele. A Céleres estima embarques recordes de 70 milhões de toneladas, 3% maior que na safra 2016/17. O interesse externo pela soja brasileira poderá diminuir a disponibilidade do grão no segundo semestre, sustentando a boa cotação. "A valorização do dólar no mundo, frente ao fortalecimento da economia americana e dos esperados aumentos de juros por lá, deverá continuar contribuindo para a formação de preço no Brasil durante 2018", disse Nogueira.


 
 
 

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